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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008


Há muito tempo, os pescadores da Cornualha costumavam vasculhar os restos de navios afundados lançados à praia em busca de objetos de valor.
Esse era o preço a ser pago naquela costa cruelmente rochosa.
Um dia, Lutey de Cury, que fica próxima ao ponto Lizard, achou uma adorável sereia encalhada em uma das muitas poças entre as rochas formadas pela maré alta.
Ela era uma criatura muito bonita e facilmente convenceu Lutey a levá-la para o oceano na maré baixa.
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Aninhada em seu colo, ela lhe ofereceu três desejos por sua gentileza e ele, que era um homem bom, escolheu primeiro ter o poder para quebrar feitiços, segundo, ter o poder para obrigar os familiares da bruxa a praticarem o bem para os outros e, terceiro, que esses dois poderes fossem concedidos a seus descendentes.
A sereia concedeu esses desejos com alegria e, por ele ter escolhido sabiamente e sem egoísmo, ela acrescentou mais dois dons - primeiro, que nenhuma sereia jamais o quisesse, e segundo, seu pente mágico, para que ele a chamasse sempre que precisasse. Ele agradeceu muito a ela, ainda carregando-a sem muito esforço, caminhou na direção do mar.
Lutey era um homem bonito e forte. Na verdade, a sereia era uma criatura adorável, seus cabelos sedosos, claros como uma cascata de prata, olhos verdes grandes e uma voz cristalina de muita doçura.
Quando eles finalmente chegaram a beira da água , ela pediu para que Lutey entrasse um pouco mais com ela na água.
A sereia segurava-o com força pelo pescoço.
Ele se abaixou para colocá-la na água. Sua voz era tão macia e o movimento de seu corpinho tão suave em seus braços que Lutey entrou sem medo no mar e teria se perdido para sempre se seu cachorro não tivesse latido freneticamente da praia, fazendo-o lembrar-se de sua esposa e filhos queridos.
Mas a sereia o segurava com mais força e o teria arrastado para o fundo do mar se ele não tivesse desembainhado sua faca e a ameaçado.
A faca era de ferro, um metal repulsivo ao povo do mar, e ela fugiu para o oceano, falando enquanto ia:

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"Adeus! Adeus!Cuide-se bem, meu amor!
Nove longos anos, por ti esperei.
Leve-me em seu coração, meu amor
E então voltarei!"

Todos os desejos de Lutey se tornaram reais, sua família e seus descendentes viraram curandeiros famosos.
Mas a promessa da sereia também se tornou real, pois, após nove anos, a contar do dia em que Lutey livrou-se dela, ela voltou.
Ele estava pescando com um de seus filhos, quando ela surgiu da água e balançou seus cabelos sedosos e acenou. Lutey virou-se para o filho e disse:
"Está na hora. Devo pagar minha dívida".
Mas ele não parecia nem um pouco infeliz quando mergulhou nas profundezas verdes com sua amada de voz suave.
Dizem também que, desde então, a cada nove anos, um Lutey de Cury se perderia no mar.
Mas ninguém sabe se eles partem tão felizes quanto o primeiro Lutey.

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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

A lenda de Tam Lin

Há muito tempo, perto de Carterhough-Escócia, vivia uma jovem chamada Seonaid filha do Duque. Era uma moça adorável de longo cabelo louro e de olhos azuis tão brilhantes como sóis.
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Um dia Seonaid resolveu passear pelos bosques em procura de algo que a afastasse do aborrecimento que sempre sentia em casa.
Na floresta encantou-se com o ambiente, com os sons e os aromas, mas principalmente com as flores que ela encontrou nas mais variadas formas, cores e com os mais delicados perfumes. Decidiu levar uma para casa, para isso escolheu um linda rosa branca.
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Quando a prendia na roupa ouviu uma voz:
- Como te atreves a passear na floresta e colher flores sem a minha permissão?
A voz pertencia a um jovem de cabelo negro, de olhos de um azul profundo e um pouco mais velho do que ela.
- Sou eu quem guarda estas florestas - Continuou ele - E quem garante que a paz não é perturbado por aqui.
Apesar de ter sido apanhada desprevenida, Seonaid conseguiu sorrir docemente:
- Garanto-te que não é minha intenção perturbar a paz deste lindo bosque, nem causar qualquer tipo de danos.
O rapaz respondeu ao sorriso de Seonaid com um outro enquanto colhia uma rosa vermelha que tinha acabado de nascer no local de onde ela tinha colhido a branca.
- Só para poder admirar a tua beleza, eu daria alegremente todas as rosas de Carterhaugh.

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As palavras do rapaz, apesar de agradáveis não deixaram de surpreender novamente Seonaid. Recompondo-se perguntou-lhe:
- Como te chamas?
- O meu nome é Tam Lin.
Ao ouvir este nome, Seonaid deixou cair a rosa vermelha que ele lhe tinha oferecido, ela conhecia este nome das muitas histórias ouvidas sobre o herói de Annwn da Terra das Fadas.
Receando pela sua segurança. Seonaid garantiu novamente que não pretendia caudas qualquer mal à floresta.
Tam Lin tranquilizou-a falando-lhe sobre ele mesmo:
- Nasci mortal, tal como tu. O meu avô era o Duque de Roxburgh. Um dia, levou-me com ele à caça onde fui alvo de um poderoso encantamento e adormeci. Quando acordei estava em Annwn, a Terra das Fadas, onde, desde então sou prisioneiro da sua Rainha.
Ao ouvir esta história, o coração de Seonaid ensombrou-se de tristeza a perguntou-lhe:
- Há alguma coisa que eu possa fazer para te libertar desse encantamento?
- Sim há! - Respondeu ele com entusiasmo.
- Hoje é a noite de Samhain - explicou ele - As fadas irão percorrer os campos e eu como seu herói e campeão deverei ir com elas. Quando for meia-noite espera junto da encruzilhada e verás três grupo de Elfos. Eu estarei no terceiro, usando um círculo dourado e montando um cavalo branco. Nessa altura deverás correr para mim e obrigar-me a desmontar. Não importa que feitiços elas lancem contra nós, não deves nunca largar-me.
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Seonaid prometeu-lhe que assim faria. Despedindo-se dele encaminhou-se para casa, para descansar e preparar-se para aquela noite de aventura.
À meia-noite Seonaid estava no local indicado por Tam Lin, escondida num acidente de terreno, quando ouviu o típico som de cavalos se aproximando.
Mantendo-se longe de qualquer olhar atento, viu passar o primeiro grupo que era liderado pela Rainha da Fadas, que montava um corcel preto, tão negro como um caldeirão usado.
Quando o segundo grupo passou, Seonaid preparou-se para entrar em acção.
Espreitando um pouco, pode ver Tam Lin encabeçando o terceiro grupo.
Sem hesitar, correu para e derrubou da montaria e abraçou-o com força.
Poderosa com era, a Rainha das Fadas sentiu logo o que se passava.
- Tam Lin fugiu! - Gritava ela enquanto cavalgava de volta.
O cavalo negro parecia um demónio e os lindos, mas inumanos olhos da Rainha chispavam de desespero quando lançou um feitiço que transformou Tam Lin num lagarto.
Mas Seonaid não desistiu e segurou Tam Lin contra o peito.
Vendo que não tinha resultado, a Rainha transformou Tam Lin numa enorme cobra, mas mesmo assim Seonaid não o largou.
Como último recurso a Rainha transformou Tam Lin num enorme pedra quente.
Seonaid gritou de dor, mas mesmo assim continuou a segurá-lo contra o peito.
Vendo que tinha sido derrotada, a Rainha concedeu e devolveu a Tam Lin a sua forma humana dizendo:
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- Adeus Tam Lin, o melhor de todos os meu cavaleiros, afastas-te de mim pelo amor de uma mortal. Tivesse eu sabido isso antes e ter-te-ia tirado o coração há muito tempo atrás.
Com isto a Rainha incitou o cavalo e desapareceu na escuridão juntamente com todas as fadas e cavaleiros que a acompanhavam.
Tam Lin beijou então as mãos queimadas de Seonaid e juntos encaminharam-se para o castelo do pai dela.
Tam Lin foi recebido de volta ao mundo dos humanos. Ele e Seonaid casaram então então e desse casamento nasceram muitos filhos que fizeram perdurar esta história.
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

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Lenda das Águas de Almofala


Almofala foi em tempos terra de Mouros como o indica o significado do seu nome em árabe: "hoste ou arraial de Mouros". Nesses tempos longínquos vivia em Almofala uma jovem muito bela chamada Salúquia que a todos fascinava e trazia presos aos seus caprichos, em completa submissão.
Até que um dia um novo governador árabe jovem, bonito e altivo veio chefiar aquela região e a todos pediu obediência completa na organização da defesa na luta contra os cristãos. Todos baixaram as cabeças, excepto Salúquia que, habituada a não obedecer e a ser obedecida, lhe perguntou se ela também teria de obedecer.

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O governador inteirando-se do estranho poder de Salúquia, disse-lhe que se não obedecesse seria castigada. Desafiadora, Salúquia disse que se ele ousasse castigá-la seria amaldiçoado e, perante o ousado desafio, o governador mandou que lhe dessem seis vergastadas. Passou algum tempo, durante o qual as invasões cristãs não davam descanso ao governador que, de repente, começou a padecer de dores estranhas que nem os melhores físicos conseguiam curar. Era a maldição de Salúquia que começava a fazer efeito.
Os cristãos estavam agora já nos arredores de Almofala confrontando-se com os mouros. Salúquia que o castigo tinha amargurado andava pelos campos, vagueando sozinha. Foi então que encontrou um cristão velho e ferido que lhe pediu ajuda. Salúquia recusou porque iria contra as ordens do governador. Quando o cristão lhe perguntou se o governador era cruel, Salúquia surpreendeu-se a si própria ao dizer que era apenas justo. Nesse momento, surpreenderam-na o tom da sua voz e a emoção que sentiu. Foi então que o cristão lhe disse o que o seu Deus lhe tinha dito: apesar de ter amaldiçoado o governador Salúquia amava-o e, pelo seu lado, o governador também a amava e nunca a tinha esquecido. Se Salúquia o ajudasse, o Deus dos cristãos também a ajudaria a reparar o mal que tinha feito com a sua maldição. A pedido do ferido, Salúquia levou-o a uma fonte próxima e verificou com espanto que as suas águas lhe saravam as feridas.

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Nesse momento, Salúquia e o cristão ouviram os passos de um cavalo que se aproximava: era o governador que quando os viu se apeou do cavalo. As dores fortes que sentia interromperam as suas primeiras recriminações. Salúquia deu-lhe a beber a água da fonte e começou a chorar, dizendo-lhe que era capaz de dar a vida por ele. O governador, curado das suas dores, abraçou-a e disse-lhe que a amava desde o primeiro momento que a tinha visto, mas o orgulho de ambos os tinha afastado.
O cristão desapareceu e Salúquia e o governador viveram felizes para sempre.
Mais tarde, quando aquelas terras foram conquistadas pelos cristãos, foram ambos baptizados. As águas de Almofala continuam ainda hoje, diz o povo, a manter os seus incríveis poderes curativos.

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©2007 '' Por Elke di Barros