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sexta-feira, 28 de novembro de 2008


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Reza a História que, quando Herodes perseguiu São José, Nossa Senhora e o Menino Jesus, eles fugiram para o Egipto.

No seu percurso, passaram pela Serra da Avoaça e N. Senhora quis descansar porque estava muito cansada.
Todos tinham sede mas não se via nenhuma nascente por perto. S. José, vendo uma pedra ao pé deles, virou-se para o burro e ordenou:
- Dá um coice na pedra!
O burro obedeceu mas a pedra não tugiu!
S. José ordenou novamente:
- Dá um coice na pedra!
O burro obedeceu e desta vez a pedra gemeu!
S. José ordenou pela terceira vez:
- Dá um coice na pedra!
O burro obedeceu e a pedra chorou!
E desta forma puderam os três matar a sede.
A partir daí, a nascente passou a chamar-se Fonte da Pedra e possui propriedades terapêuticas;

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nomeadamente, a água cura os cravos, isto é, as verrugas das mãos.
Ainda lá estão as três marcas na pedra:
A primeira está seca (não tugiu).
A segunda deita um fio de água (gemeu).
A terceira é a nascente (chorou).
Enquanto descansavam, Nossa Senhora resolveu estender a toalha sobre uma pedra para comerem algo, que a fome apertava.

Pois desde então nunca mais o musgo cresceu nessa pedra, como ainda hoje se pode comprovar!
Porém , chegou a hora de continuarem a viagem e arrumaram tudo.
Quando começaram a andar, Nossa Senhora prendeu o manto no mato que crescia na zona e rasgou-o.
Como castigo de tal atitude, decidiu que nunca o mato cresceria, seria sempre pequeno. E assim é, visto que ainda hoje se diz que o mato é como o da Fonte da Pedra, quando se pretende explicar que é de pequena estatura.
Tinha a Sagrada Família retomado a sua marcha, quando chegaram a um terreno onde várias pessoas semeavam a terra.

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E pergunta S. José:
- Então que semeais aqui?
- Semeamos pão (leia-se centeio)!
- Pois voltai amanhã, que pão colhereis!!
E assim aconteceu: no dia seguinte, as pessoas voltaram e encontraram o terreno repleto de centeio maduro, pronto para a ceifa.
Mais à frente, Nossa Senhora e S. José encontraram outro grupo de pessoas que semeavam igualmente um terreno.
E, de igual forma, pergunta S. José:
-Então, que semeais vós aqui?
Sendo estas pessoas de má índole, responderam:
- Semeamos pedras!
- Pois voltai amanhã, que pedras colhereis!
E no dia seguinte, quando as pessoas tornaram ao terreno, encontraram-no cheio de pedregulhos.

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Diz-se que foi na Pedriça de Unhais, onde ainda se podem ver as pedras.
Entretanto, o rei Herodes não se conformou com a fuga da Sagrada Família e mandou soldados no seu encalço.
Estes seguiram o mesmo percurso da Fonte da Pedra e chegaram ao local onde o primeiro grupo de homens ceifava o terreno de centeio.
Os soldados resolveram informar-se e perguntaram às pessoas:
- Viram passar um homem a conduzir um burro, onde ia uma mulher com um menino ao colo?
- Vimos, sim senhor! - responderam os ceifeiros.
- Passaram aqui quando estávamos a semear este terreno! Ao ouvir tal, exclamaram os soldados:
- Oh! Estavam a semear?!
Então já passaram há muito tempo!
Já não os vamos conseguir apanhar!
E voltaram para trás, desistindo da perseguição.

smilie

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Lenda encantada




No lugar das Quadrelas, na freguesia de Vilar de Amargo, há uma sepultura cavada num
penedo, onde jaz uma moura encantada.
Um dia, dois homens encaminhavam-se para esse
local, tratando a terra cultivada de cereal.
Pobres que eram, aproveitavam todos os sítios onde
o centeio se pudesse desenvolver. O mais novo disse ao pai que ia tentar cavar em volta da
alta rocha que ali se encontrava.

Cansado de batalhar contra o duro terreno, reparou numa estreita fenda que havia no penedo.
Curioso, cavou com mais afinco, para ver se descobria o que por ali estaria escondido.
Foi
grande a sua surpresa quando a enxada bateu numa superfície dura. Afastou a terra e viu uma
tampa.
Chamou o pai e ao levantarem-na encontraram uma panela cheia de moedas de ouro.
Espantados com tal descoberta, correram para casa, contando à mulher e à filha o sucedido,
escondendo a panela em local seguro, jurando guardar segredo da descoberta.
Alguns dias
depois o rapaz começou a sentir-se mal e caiu de cama.
Chamaram o médico, mas este não
foi capaz de descobrir qual o mal que afligia o moço.

Uma tarde, quando ele se encontrava sozinho em casa, apareceu-lhe uma velha, de cabelos
compridos e desgrenhados, ocultando-lhe completamente o rosto que, numa voz arrastada, lhe
disse que não procurasse mais riquezas junto ao penedo, pois a ousadia e cobiça podia sairlhe
cara.
Poucas noites depois, quando a família dormia a sono solto, o vulto da velha apareceu
repentinamente no quarto do pai e, dirigindo-se para a cama do casal, deu-lhe duas bofetadas.
O homem acordou estremunhado e perguntou à mulher qual a razão de lhe ter batido. Ela,
espantada, disse não saber do que estava a falar.
Ao outro dia de manhã, quando contaram o sucedido ao filho, este pôs-se a cismar no que a
velha lhe tinha dito, mas não contou nada aos pais. Tomando a refeição da manhã, pegaram
nas enxadas e dirigiram-se para as Quadrelas, a trabalhar o pouco terreno que ali possuíam.
Único sítio de onde tiravam sustento para a casa.
Andavam entretidos na faina de lavrar o terreno, quando do meio de umas pedras saltou uma
cobra que se enroscou na garganta do arado.
Refazendo-se do susto, preparavam-se para
afastar o réptil com um pau, quando repararam estupefactos que este tinha desaparecido.

Continuando a faina, o rapaz encontrou no meio de um rego um cordão com uma medalha de
ouro, mostrando-o de imediato ao pai.
Este, ao ver tão valiosa peça, disse que era para a filha.
Foi então que o rapaz ouviu a voz da velha, dizendo-lhe:
- Lembra-te do que te recomendei!
Não te atrevas a dar o cordão à tua irmã. Põem-no ao
pescoço da tua cadela e verás o que acontece.
O rapaz contou ao pai o que a misteriosa voz lhe tinha dito.
Deixando o trabalho, regressaram
a casa e seguiram o conselho da velha.
Chamando a cadela, puseram-lhe o cordão ao
pescoço e qual não foi o seu espanto ao verificarem que o pobre animal tinha desaparecido.
Atirando com o cordão para longe, compraram um terreno com o dinheiro que tinham achado
e abandonaram o local maldito, que apesar de lhes ter permitido melhorar de vida, tantas
preocupações lhes tinha dado.



©2007 '' Por Elke di Barros